30 de dezembro de 2011

"Muita coisa que ontem parecia importante ou significativa amanhã virará pó no filtro da memória. Mas o sorriso (...) ah, esse resistirá a todas as ciladas do tempo."

29 de dezembro de 2011

"Ele apareceu tão de repente na sua vida, com aquele brilho manso no olhar, com aquela meiguice na voz, sem pedir coisa alguma, meio como um Pequeno Príncipe caído de um asteróide. A princípio você nada percebeu de diferente. O susto veio quando você se lembrou das palavras da raposa, explicando ao Pequeno Príncipe o que era ficar cativo: É assim. A princípio você senta lá e eu aqui. Depois a gente vai ficando cada vez mais perto. Os passos de todos os homens me fazem entrar dentro da minha toca. Mas os seus passos me fazem sair…"
Antoine de Saint-Exupéry 


"Amor? Não sei… É meio paranoico.

Parece uma coisa para enlouquecer a gente devagar."


"Minha vontade agora é sumir. Chamar você. Me esconder. Ir até a sua casa e te beijar e dizer que te amo e que você é importante demais na minha vida para eu te abandonar. Sacudir você e dizer que você é um otário porque está me perdendo dessa maneira. Minha vontade é esquecer você. Apagar você da minha vida. Lembrar de você a cada manhã. Pensar em você para dormir melhor. Então eu percebo: IT’S ME, e minhas vontades são bipolares demais. Só o que não é bipolar demais é a minha ganancia por te ter. Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você."
Tati Bernardi 

27 de dezembro de 2011

Te Amo


E se o tempo levar você
E um dia eu te olhar e não te reconhecer
E se o romance se desconstruir
Perder o sentido
E eu me esquecer por ai
Mas nós somos um quadro de Klint
"O Beijo" para sempre fagulhando em cores
Resistindo a tudo seremos
Dois velhos felizes
De mãos dadas numa tarde de sol
Pra sempre

26 de dezembro de 2011


Você acredita no depois?
Prefiro o agora
Se no fim formos só nós dois
Que seja lá fora

24 de dezembro de 2011


‎"Então que fiquem os dias a deslizarem pelo calendário dessas nossas vidas apartadas, que fiquem a se amontoar nas pilhas sobre o repouso dos armários das nossas dissociações, pois ainda haverão de cessar em algum tempo."
Ânderlo Strwsk

20 de dezembro de 2011

"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem…
Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer,
mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim."
Ana Jácomo

“Hoje, com toda minha birutice e uma vontade de aprender que não acaba, eu pego minhas fraquezas. Deixo-as enfileiradas. E as estudo como se minha vida dependesse disso. Com o auto-controle nas mãos, um depósito debaixo do braço e nossos inimigos internos dormindo, podemos - quem sabe? - nos tornar guerreiros impecáveis. Ou - se não - apenas sorrir mais. O que pra mim já vale a luta. Ou uma vida inteira.”
Fernanda Mello

17 de dezembro de 2011

"A verdade é que desde sempre foi complicado entender o que eu sinto, mas eu sempre tentei descrever em palavras para que, quem sabe alguém mais ou menos desocupado do que eu, pudesse entender por mim. A vida bateu na minha cara, muitos dias seguidos, sem poesia nenhuma que era pra me deixar sem vontade alguma de abrir os olhos. Só que os olhos são meus e cabe a mim saber até onde é bom enxergar, mesmo que sejam só coisas ruins que não vão me dar o sorrisinho que eu tenho que carregar todas as manhãs. Assim como tudo na vida, amores e amigos vêm e vão e, fico aqui perguntando baixinho, quem sou eu então pra decidir que os meus não deveriam ir? Não adianta mais prometer que será pra sempre. Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos. Eu não quero dor. Eu não quero olhar no espelho e ver você escorrer, manchando minha maquiagem. É pelo medo de cair de novo que meus joelhos tremem. Eu quero, no mínimo uma garantia. E eu só preciso me desfocar do sonho que me deixa míope e enxergar além, ou melhor: enxergar o que está na minha cara. Antes de dormir rezei, pedi a Deus que perdoe tanta ingratidão de minha parte, por não enxergar tudo de bom que a vida me oferece, e continuar aqui me lamentando e fazendo tudo por você."
Tati Bernardi 

16 de dezembro de 2011


“E por falar em perdas e ganhos, alguém notou que perdemos nossa capacidade de nos emocionar? Parou para pensar que gostar de alguém caiu em desuso? Que contemplar a lua cheia virou demodê? Que amar é caretice? Que ficar em casa sábado a noite é um passaporte para as fraldas geriátricas? Que o que poderia ser paz, encaramos como tédio?”
Gabito Nunes

15 de dezembro de 2011

Acredite...


Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida.
Tati Bernardi 

14 de dezembro de 2011

Ainda Não Passou


Triste é não chorar
Sim eu também chorei
E não, não há nenhum remédio
Pra curar essa dor
Que ainda não passou
Mas vai passar!
A dor que nos machucou
E não, não há nenhum relógio
pra fazer voltar... O tempo voa!

13 de dezembro de 2011


 
Encare essa dor como um vento frio ou como um terrível temporal, menina. Te abraça pra passar o frio, sorria pra nascer o sol. Como toda chuva fria, essa também vai parar.

Mas como menina teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos.

CaioF.

12 de dezembro de 2011

Para Esquecer...

Estou há dias adiando esquecer uma história, enterrá-la, mudar de assunto, mas não sei lamentar a decisão de esquecer. Quando penso que quase, bem quase dentro de mim já está tudo pronto para que isso aconteça, a história volta sozinha, sem que eu a chame, busque ou a amarre aos meus pés. Então fico mais um pouco até começar a deixá-la ir embora outra vez. A vida, às vezes, nos desorienta demais. Não há pergunta nem resposta que baste nessa hora, só uma falta de sossego sem precedentes. Eu quero esquecer porque não quero que doa lá na frente ou logo mais. Quero esquecer porque desconfio de seu vazio e me sinto tola. Mas é difícil sepultar uma dúvida quando nesta contém desejo, é difícil esperar a semana que vem e depois a outra e o tempo que, sozinho, transforma tudo em passado. É doloroso suspeitar que algo que gostaríamos imensamente de possuir e viver, talvez não seja pra gente, não possa em tempo algum levar nosso nome. É um querer cego e sem sentido aparente, mas tão prazeroso de sentir que dá pena deixar pra lá logo de uma vez pra nunca mais. E então, vamos adiando. Pois quando decidimos finalmente esquecer, parece que perdemos algo, um pedaço fica solto no mundo, sem dono e sem proteção e, dependendo da situação, ficamos pensando por um longo tempo como essa parte deixada estaria se ainda estivesse por perto nos aquecendo mesmo que apenas em pensamento. É de enlouquecer esse negócio de desistir sem ter certeza absoluta. Dá medo e dá saudade antecipada. Espero pra mudar de idéia e deixar tudo por conta do esquecimento, mas não consigo.
"Não sei o que aconteceu com o tempo, mas ele andou tão lento nas últimas semanas e tão rápido no último mês. Tão rápido, caí e levantei sozinha um milhão de vezes, me cortei e sangrei e gritei entre quatro paredes esperando um alívio que nunca vinha. Arrancando os cabelos para conseguir... nada. Nada. Louca, sem dormir, sem comer, sem sair, descabelada e quase desesperada. Nada. Um dia eu escrevi que dez dias me tiraram cinco anos em minutos, dez dias duraram meses, dois dias duraram meses, cinco anos duraram meses e voltei ao ponto de partida. Acontece de novo e de novo e de novo. Acho que sou um ratinho correndo correndo correndo sem sair do lugar. Bato a cabeça na parede da cela e não adianta, não adianta, nada adianta. Preciso de alguma dose forte de qualquer coisa, preciso deitar e relaxar, parar de cuspir fogo. A paz deve ficar em algum lugar depois da esquina. Eu só preciso de um pouco de colo. Meus amigos por perto. Calor, preciso de calor, preciso ver que não sou tão mendiga quanto estou me sentindo. Mendiga. Implorando em silêncio por qualquer migalha, qualquer moedinha, qualquer coisa. Um pouquinho de doçura na minha vida, só um cubinho de açúcar. Tudo anda tão amargo, dói tanto que mal consigo me manter em pé. Mas eu agüento. Estou oca. Quero meu pedacinho de volta no lugar. Preciso ver alguma coisa bonita. Uma palavra e minha alma estará salva. Uma só. Qualquer uma. Quando der. Quando o sol sair de novo. Quando o céu mudar de cor. Quando a lua sorrir no céu. Quando você quiser. Ontem, amanhã, no ano que vem. Quando você quiser."
Eu amo desorganizado, desenvergonhado. Tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. Não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte. A confusão é quase uma solidão adicional. Uma solidão emprestada. Sou daqueles que pedirá desculpa por algo que o outro nem chegou a entender, que mandará nova carta para redimir uma mágoa inventada, que estará se cobrando antes de dizer. Basta alguém me odiar que me solidarizo ao ódio. Quisera resistir mais. Mas eu faço comigo a minha pior vingança. Amar demais é o mesmo que não amar. A sobra é o mesmo que a falta. Desejava encontrar no mundo um amor igual ao meu. Se não suporto o meu próprio amor, como exigir isso?

Fabrício Carpinejar

10 de dezembro de 2011

8 de dezembro de 2011

O que eu realmente quero que você saiba é que não importa o tempo que passe, o que aconteça ou o que a vida nos ensine. Não interessa quem somos ou quem vamos nos tornar. O que vale é o que carregamos dentro de nós. E você, guarde isso na memória para todo o sempre, eu te carrego junto comigo todos os dias.
Clarissa Corrêa 

- Tu tens a alma bonita, menina.
- Como sabes?
- Quando a beleza da alma é demais, transparece nos olhos.

7 de dezembro de 2011

Olhe o mundo!


"Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas, Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto."

Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.
Ana Jácomo
“Que comece agora.
E que seja permanente essa vontade de
ir além daquilo que me espera.”
 

6 de dezembro de 2011

Sabia que você ainda é o meu primeiro pensamento ao acordar e o ultimo antes de dormir? Pois é, infelizmente ou felizmente você ainda habita meus pensamentos, você esta sempre comigo onde quer que eu vá. É estranho, é louco, é inadimicível, mas eu não consigo não pensar em você, é involuntário e eu me odeio por isso, odeio o fato de pensar em você quando você nem almenos lembra que eu existo, odeio imaginar como seria se pudéssemos ficar juntos porque eu sei que isso não é possível e talves nunca será. Doí, e doí de uma maneira inexplicável. Como insistir em um sentimento que só sobrevive de um lado?

"O que transborda em mim é desatino, ventania. Um pedaço do céu. Pecado, palavras. Traçada de flor, vontade de ser. Oh, paixões... Existam em mim. Sendo voragem, um punhado de desassossego. Restam as cores, as dores, a memória..."

5 de dezembro de 2011

"Cansei de chorar feridas
que não se fecham, não se curam."



“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”
CaioF.

"Fiz tudo que podia para ficar com você. Fui até onde meu coração deixou. Até onde suportei. Até onde consegui resistir. Mas não consegui. Qualquer tipo de sentimento, para viver e se fortalecer, precisa de cuidado e atenção. E eu não podia fazer por mim e por você. Por isso, desisti. Afoguei o quase amor que tinha por você e decidi seguir em frente."
Clarissa Corrêa


Mas sei lá, não sei se toda essa coisa patética é mesmo necessária. Tô resolvendo umas coisas aqui viu, esses negócios de sentimentos demonstrados demais meio que estraga. Tô aqui aprendendo que nem todos dão valor ao que você pode oferecer, e acabar demonstrando afeto demais começa a encher o saco, e eu digo tudo isso da minha parte. Chega de ligações, preocupações, sentimentos demonstrados aos extremos. Vou ficar mais relax mesmo, não quer me ligar, não liga, mas também não ligarei. Não quer me ver, não me veja, mas também não sairei que nem doida atrás de você pra saber se a gente vai se ver, que horas é o nosso encontro, não mais. É apenas um aviso que eu deixo bem simples: se quiser, me procura você. E outro aviso que eu deixo também: isso tudo é só conversa mesmo, teoricamente falando, tá tudo certo. É quando chega na hora da prática que ferra com tudo"
CaioF.

”A gente até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo.”
Tati Bernardi (Via Solidão a dois)

3 de dezembro de 2011

Quando eu digo que sou forte, é então que sua imagem vem à cabeça e faz cair por terra todas as decisões que tomei. Quando eu digo “adeus”, o que quero ouvir é um “não vai não, fica comigo”. Quando digo que vou esquecer, troco as palavras e faço confusão — gaguejo. Quando digo que vou ficar bem, não transmito segurança. Mas quando digo que ainda a amo, aí sim é de verdade.
"Anotações soltas sobre a mesa, cinzeiros cheios, copos vazios e este guardanapo de papel onde anotei frases aparentemente sábias sobre o amor e Deus, com uma frase que tenho medo de decifrar e talvez, afinal, diga apenas qualquer coisa simples feito: nada disso existe.

Nada, nada disso existe."
CaioF.
"A vida era muito dura. Não chegávamos a passar fome ou frio ou nenhuma dessas coisas. Mas era dura porque era sem cor, sem ritmo e também sem forma. Os dias passavam, passavam e passavam, alcançavam as semanas, dobravam as quinzenas, atingiam os meses, acumulavam-se em anos, amontoavam-se em décadas — e nada acontecia. Eu tinha a impressão de viver dentro de uma enorme e vazia bola de gás, em constante rotação."
CaioF.

2 de dezembro de 2011


"Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. 
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. 


...Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu...

...Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo. 
Simplesmente isso. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza....

...sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, em não dar conta, em não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.

Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria."

Tati Bernadi

“Tô esperando o dia que isso vai passar. Tô esperando acabar, passar, morrer, sangrar até o fim. Esperando o tempo que acalma chamas com seus ventos de mil pés distantes. Esperando alguém que ocupe, distraia, desacorrente, solte, substitua, torne nada demais. Esperando não sentir mais ódio e nem tesão e nem ciúme e nem saudade. Esperando porque é o que resta mesmo, não é falta de coragem, não é de se fazer, é de se sentir e só. Nem sempre a força de um amor é pra sair às ruas, pra viver histórias. (…) Mas você erra quando acha que alguém resolve um amor. O amor é que, se tivermos coragem pra deixar, resolve aos poucos a gente.”
Tati Bernardi 

1 de dezembro de 2011

Dezembro, seja bem vindo...

“Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.”
CaioF.